Malha​ç​ã​o de Judas

by Cabocolinhos

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Primeira Forma 02:48
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Primeiro Baiano 03:19
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Capão 03:22
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Segundo Baiano 03:21
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5.
Hino do Cabocolinho 02:38
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6.
Guerra 05:09
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7.
Despedida 04:02
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8.
Rebolada de Caboclo 03:21
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9.
Toque de Malhação de Judas 03:35
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10.
Caboclo de Major Sales 02:50
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11.
Toque de Malhação de Judas (2) 03:30
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Toque de Malhação de Judas (3) 03:53
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O Bicho 03:52
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Toque de Malhação de Judas (4) 04:09
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Lobisomen 03:13
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O Bicho Malhando Judas 04:04
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Pisada de Caboclos 04:46
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about

Caboclos e Cabocolinhos

O cabocolinho no Rio Grande do Norte foi registrado por Mário de Andrade que intensificava nessa dança dramática uma sonoridade simples, próxima das melodias incas. São evocações de ¨coisas africanas, ameríndias, incaicas e russas¨ nos diz. Esse grupo de Ceará-mirim/RN, zona de engenhos, é liderado pelo mestre Manoel Clemente e tem o envolvimento da família mantendo a tradição de reminiscências indígenas. Um bailado guerreiro com dois cordões de índios simulando combates, alardeando alfanje e cutelo; aludindo aos Perós- Mingues (Curumins/ Caboclo- menino); simbolizando através do matroá (caboclo velho/pajé); soltando as guerreiras, evocando a caça, atos heroicos... (.) E dançando ora enfileirados em cordões paralelos, ora em circulo numa monotonia atraente.

Apresenta trinta ou mais brincantes, incluindo-se os músicos. A orquestra do brinquedo é formada por gaita, apito, três bombos, flechas acionadas produzindo um enxuto som de madeira percutida. Um enredo difuso; apresentam-se geralmente em festas de padroeiras, em adros de igrejas mas, principalmente, em desfiles de carnaval, seja na área urbana ou mesmo nas praias ¨assaltando¨ veranistas em manifestações pré- carnavalescas, de total improviso sem programação oficial. A evocação indígena é permanentemente festejada em cortejos sem hora marcada para terminar. A fantasia trás cocar, arco, flecha e é predominantemente influenciada pelo estilo do branco com calças, blusas, lenços, tênis. Sabe-se, porém, de folguedo similar de composição mais tosca, caracterizando-se por uma indumentária fulcrada exclusivamente na arte plumária; Guaranis, Canindés, Caramurus, Índios Africanos... Há um olhar duvidoso para esse folguedo, se tradicional¨ , ou grupo de autenticidade folclórica. O fato é que encanta com seus toques, jornadas e passos coreográficos. Elaborados de tal modo, visualmente é ducha para olhares mesmo desatentos. O que não falta, nesse momento de tentativa de nivelamento cultural, com a indústria de massas insistindo em corromper a estética artística é luz em fim de túnel.

São elementos, de dança e música, abundantemente disponíveis para se formatar expressões redimensionadas de brasilidade. A brincadeira de malhação de Judas no município de Major Sales/RN, na região oeste do estado, é tradicional e mobiliza toda a cidade durante a Semana Santa, especialmente no Sábado de Aleluia, quando Judas, o boneco de palha de bananeira e pano que personifica o traidor de Cristo, o Judas Iscariotes, é punido queimado ou dilacerado. Oriunda da península ibérica é comum em toda América Latina como nos informa Câmara Cascudo. Em Major Sales os grupos organizados de malhação têm estrutura musical formada por sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro. A base coreográfica tem de doze a dezesseis brincantes dançando sempre em roda, evoluindo em passos característicos e mantendo o Judas no centro, onde é pisoteado, agredido com bastões empunhados, extraídos de marmeleiros da vegetação caatingueira. Os dançarinos emitem um som gutural, onomatopaico de ira incessante e seus sapateados ajudam a compor a base percussiva. As roupas de trapos de panos multicoloridos com capuzes vermelhos provocam um impacto plástico incomum, e o seu confeccionamento é realizado em mutirão. O grupo selecionado foi o da turma do Mestre Gilberto Consagrado em cinco concursos, sempre no primeiro lugar. A brincadeira começa pela manhã quando os grupos em cortejo dispersos, apresentam-se em ruas, sítios, terreiros e depois participam da competição organizada pela comunidade local. As letras evocam temas variados ufanismo cultural, referências e evocações dos próprios grupos da cidade e o gênero musical preferido é o xote.

DÁCIO GALVÃO

credits

released January 3, 2001

PROJETO
Nação Potiguar
SÉRIE
Galantes

CONCEPÇÃO, TEXTO, DIREÇÃO ARTÍSTICA E DE PRODUÇÃO
Dácio Galvão

PRODUÇÃO EXECUTIVA E FOTOGRAFIAS
Candinha Bezerra

PROGRAMAÇÃO VISUAL
Hugo Aranha / CO2 Comunicação

GRAVAÇÃO, MIXAGEM E MASTERIZAÇÃO
Studium Produções – Daniel e j. Marciniano

REALIZAÇÃO
Scriptorim Candinha Bezerra

A FUNDAÇÃO HÉLIO GALVÃO
NATAL/ RN, MARÇO DE 2001

license

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Nacão Potiguar Natal, Brazil

Selo especializado em registar a música popular e erudita do Rio Grande do Norte.

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